Na escolha da área para o plantio
de maracujá, é importante que o solo não apresente camada impermeável,
pedregosa ou endurecida, a menos de dois metros de profundidade.
O produtor pode realizar o
preparo convencional do solo, com aração e gradagens, realizando em seguida a
sulcação, onde será depositado o adubo. Atualmente, o mais recomendado é que se
utilize o plantio direto, ou o cultivo mínimo, o que reduz os riscos de erosão
e contribui para a conservação dos solos. Neste caso, aplica-se um herbicida nas
linhas de plantio, e após a dessecação faz a abertura das covas ou dos sulcos,
mantendo-se as entrelinhas da cultura apenas roçadas.
O espaçamento recomendado para a
cultura varia de três a cinco metros entre plantas, por três a quatro metros
entre ruas. Tem-se reduzido o espaçamento entre plantas, permitindo assim a
eliminação de plantas com sintomas de virose na fase de formação da cultura.
Assim, em um hectare de maracujá cultiva-se de 500 a 1.000 plantas, dependendo
do espaçamento a ser adotado.
Adubação
A adubação de plantio é feita
seguindo as recomendações do Boletim 100 do IAC, ou seja: aplicar, por cova, 40
litros de esterco de curral curtido ou composto ou 8 litros de esterco de
galinha, 200 g de calcário, 200 g de P2O5, 4 g de Zn e 1 g de B. Misturar o
adubo orgânico, o calcário e os adubos minerais com a terra, com antecedência
mínima de 30 dias do transplante.
Na adubação de formação,
recomenda-se aplicar por planta 10 g de N aos 30 dias, 15 g de N aos 60 dias,
20 g de N e 20 g de K2O aos 90 dias e 30 g de N e 30 g de K2O aos 120 dias. Os
adubos, em um pomar em formação, devem ser distribuídos em uma faixa de 20 cm ao
redor e distante 10 cm do tronco, aumentando gradativamente essa distância com
a idade do pomar.
A adubação de produção deve ser realizada com
base na análise de solo, seguindo a recomendação do Boletim 100 do IAC. Nos
pomares já adultos, aplica-se em uma faixa de 1 m de largura em ambos os lados
das plantas ao longo das espaldeiras, longe o suficiente dos troncos, onde as
raízes pequenas e absorventes são poucas.
Para diminuir a ação dos ventos,
recomenda-se o uso de quebra-ventos, sendo o capim napier um dos mais
indicados.
Polinização
O maracujá-amarelo apresenta
auto-incompatibilidade, ou seja, é incapaz de produzir sementes quando
polinizado com o próprio pólen, necessitando assim da polinização cruzada, que
pode ser realizada por inseto polinizador ou pelo homem (artificial).
O agente polinizador mais
eficiente é a mamangava. Recomenda-se o uso da polinização manual. Essa polinização
deve ser realizada no período da tarde, quando as flores já se encontram
abertas.
Pragas e doenças
As pragas e doenças devem ser
monitoradas constantemente. As principais pragas que ocorrem são lagartas,
percevejos, besouros e ácaros. O controle químico deve ser efetuado
utilizando-se de produtos registrados para a cultura.
Entre as doenças que ocorrem na
cultura, as mais importantes são a virose, a antracnose, a verrugose, a
bacteriose e a fusariose. As doenças fúngicas e bacterianas devem ser controladas
preventivamente, utilizando-se de oxicloreto de cobre. A fusariose é causada
por um fungo de solo, provocando a murcha e morte das plantas em poucos dias.
Essa doença não tem controle
químico. Assim, deverão ser adotadas algumas práticas culturais antes e após o
plantio, como evitar o plantio em áreas com histórico da doença, não deixar
acumular água junto ao colo das plantas, manter a integridade do sistema
radicular e erradicar plantas doentes.
O vírus do endurecimento dos
frutos não tem controle químico. Recomenda-se algumas práticas culturais, como
uniformizar a época de plantio, não realizar plantios novos próximos a pomares
atacados, adquirir mudas de maracujá produzidas em estufas com tela
anti-afídeo, monitorar o plantio, eliminando-se as plantas com sintomas da
doença, evitar o plantio de leguminosas, manter as entrelinhas do pomar roçadas
e eliminar os pomares contaminados no final da safra.
Produção
O maracujazeiro começa a produzir
entre o sexto e o décimo mês após o plantio no campo, conforme a região. A
produtividade média do maracujá vem sofrendo queda, principalmente pelos
problemas com a virose, estando hoje entre 20 a 30 t/ha, podendo algumas
culturas bem manejadas atingirem até 50 ton/ha.
Mudas de alta qualidade
A partir do final da década de
90, a cultura do maracujazeiro foi bastante atingida por uma virose, conhecida
como vírus do endurecimento dos frutos, provocando prejuízos crescentes nas
principais regiões produtoras. Considerando que esse vírus é transmitido por
pulgões, por meio de uma simples picada de prova, é importante que a muda seja
formada em boas condições de sanidade, para não haver contaminação nesta fase,
o que comprometeria a cultura.
Assim, as mudas de maracujá a
serem adquiridas devem ser produzidas em estufas fechadas com tela antiafídeo e
de viveiristas registrados no MAPA. Deve-se dar preferência para mudas bem
desenvolvidas, formadas em sacolas plásticas com emissão de gavinhas.
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