terça-feira, 14 de janeiro de 2020

Os segredos do plantio de maracujá

Na escolha da área para o plantio de maracujá, é importante que o solo não apresente camada impermeável, pedregosa ou endurecida, a menos de dois metros de profundidade.

O produtor pode realizar o preparo convencional do solo, com aração e gradagens, realizando em seguida a sulcação, onde será depositado o adubo. Atualmente, o mais recomendado é que se utilize o plantio direto, ou o cultivo mínimo, o que reduz os riscos de erosão e contribui para a conservação dos solos. Neste caso, aplica-se um herbicida nas linhas de plantio, e após a dessecação faz a abertura das covas ou dos sulcos, mantendo-se as entrelinhas da cultura apenas roçadas.

O espaçamento recomendado para a cultura varia de três a cinco metros entre plantas, por três a quatro metros entre ruas. Tem-se reduzido o espaçamento entre plantas, permitindo assim a eliminação de plantas com sintomas de virose na fase de formação da cultura. Assim, em um hectare de maracujá cultiva-se de 500 a 1.000 plantas, dependendo do espaçamento a ser adotado.

Adubação

A adubação de plantio é feita seguindo as recomendações do Boletim 100 do IAC, ou seja: aplicar, por cova, 40 litros de esterco de curral curtido ou composto ou 8 litros de esterco de galinha, 200 g de calcário, 200 g de P2O5, 4 g de Zn e 1 g de B. Misturar o adubo orgânico, o calcário e os adubos minerais com a terra, com antecedência mínima de 30 dias do transplante.

Na adubação de formação, recomenda-se aplicar por planta 10 g de N aos 30 dias, 15 g de N aos 60 dias, 20 g de N e 20 g de K2O aos 90 dias e 30 g de N e 30 g de K2O aos 120 dias. Os adubos, em um pomar em formação, devem ser distribuídos em uma faixa de 20 cm ao redor e distante 10 cm do tronco, aumentando gradativamente essa distância com a idade do pomar.

 A adubação de produção deve ser realizada com base na análise de solo, seguindo a recomendação do Boletim 100 do IAC. Nos pomares já adultos, aplica-se em uma faixa de 1 m de largura em ambos os lados das plantas ao longo das espaldeiras, longe o suficiente dos troncos, onde as raízes pequenas e absorventes são poucas.

Para diminuir a ação dos ventos, recomenda-se o uso de quebra-ventos, sendo o capim napier um dos mais indicados.

Polinização

O maracujá-amarelo apresenta auto-incompatibilidade, ou seja, é incapaz de produzir sementes quando polinizado com o próprio pólen, necessitando assim da polinização cruzada, que pode ser realizada por inseto polinizador ou pelo homem (artificial).

O agente polinizador mais eficiente é a mamangava. Recomenda-se o uso da polinização manual. Essa polinização deve ser realizada no período da tarde, quando as flores já se encontram abertas.

Pragas e doenças

As pragas e doenças devem ser monitoradas constantemente. As principais pragas que ocorrem são lagartas, percevejos, besouros e ácaros. O controle químico deve ser efetuado utilizando-se de produtos registrados para a cultura.

Entre as doenças que ocorrem na cultura, as mais importantes são a virose, a antracnose, a verrugose, a bacteriose e a fusariose. As doenças fúngicas e bacterianas devem ser controladas preventivamente, utilizando-se de oxicloreto de cobre. A fusariose é causada por um fungo de solo, provocando a murcha e morte das plantas em poucos dias.

Essa doença não tem controle químico. Assim, deverão ser adotadas algumas práticas culturais antes e após o plantio, como evitar o plantio em áreas com histórico da doença, não deixar acumular água junto ao colo das plantas, manter a integridade do sistema radicular e erradicar plantas doentes.

O vírus do endurecimento dos frutos não tem controle químico. Recomenda-se algumas práticas culturais, como uniformizar a época de plantio, não realizar plantios novos próximos a pomares atacados, adquirir mudas de maracujá produzidas em estufas com tela anti-afídeo, monitorar o plantio, eliminando-se as plantas com sintomas da doença, evitar o plantio de leguminosas, manter as entrelinhas do pomar roçadas e eliminar os pomares contaminados no final da safra.

Produção

O maracujazeiro começa a produzir entre o sexto e o décimo mês após o plantio no campo, conforme a região. A produtividade média do maracujá vem sofrendo queda, principalmente pelos problemas com a virose, estando hoje entre 20 a 30 t/ha, podendo algumas culturas bem manejadas atingirem até 50 ton/ha.

Mudas de alta qualidade

A partir do final da década de 90, a cultura do maracujazeiro foi bastante atingida por uma virose, conhecida como vírus do endurecimento dos frutos, provocando prejuízos crescentes nas principais regiões produtoras. Considerando que esse vírus é transmitido por pulgões, por meio de uma simples picada de prova, é importante que a muda seja formada em boas condições de sanidade, para não haver contaminação nesta fase, o que comprometeria a cultura.

Assim, as mudas de maracujá a serem adquiridas devem ser produzidas em estufas fechadas com tela antiafídeo e de viveiristas registrados no MAPA. Deve-se dar preferência para mudas bem desenvolvidas, formadas em sacolas plásticas com emissão de gavinhas.

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