sábado, 12 de abril de 2014

ARTIGO: Os predadores do Poder

A presa está bem visível. Os predadores disputam freneticamente entre si para abocanhar o precioso bocado. De quatro em quatro anos, essa disputa é revivida, mudando apenas os personagens da caçada. Seja uma prefeitura ou um palácio, o apetite renovado dos pelejantes chama atenção e divide o povo. Um grupo vai apostar que determinado predador ganha, o oposto, o mesmo. E assim é a caçada tão somente por e pelo poder.

Em ano eleitoral todo mundo fica bonzinho. E o povo, que vai chancelar o vencedor, é prontamente lembrado. Entre abraços, tapinhas nas costas, promessas de dias brilhantes, em ruas que correm leite e mel. Se bem que o leite é dado às escondidas em notas de dinheiro, cestas básicas e outras benesses no sono da legislação eleitoral. Chega o dia do voto, um se apodera da presa, e, em primeira atitude, protege-a do povo, e passa a distribuir para os seus e xeleléus.  Em pouco tempo, uma cidade vai percebendo quão rápido o patrimônio do então eleito vai se multiplicando, acompanhado pelos parentes. Casas, carros, sítios, terrenos, fazendas, empresas.

No caminho inverso, os governados padecem de infraestrutura básica, segurança, saúde, educação. Os recursos são liberados e depositados devidamente nos cofres públicos que são surrupiados através de licitações fraudulentas, empresas fantasmas e toda sorte de atalhos. Uma família passa a reinar e o antigo amigo do povo vai deixando cair sua máscara. A verdade vem à tona. É quando o povo percebe que fez uma má escolha, atraído por um projeto ilusório, simplista e nada democrático, apenas utilizado como artifício de ascensão.

E eu fico observando nossas cidades, principalmente as menores. Que o leitor passe a ficar mais atento também se as mudanças tão alardeadas são fatos ou caíram no esquecimento. Muita coisa foi aposentada, engavetada e o básico é feito à custa de muita pressão. Quando algo é feito (ou mal feito), um gestor tenta se vangloriar com fogos e bandas como se fosse um grande marco...só que não. O desenvolvimento não vem, melhorias são adiadas e um grupo que temporariamente está no poder somente elevando o padrão de vida – deles, claro. De uma hora para outra,  uma série de bens que com um salário pago ou financiamentos não é possível abocanhar. Já é possível ter uma ideia de qual fonte emana esse dinheiro.

A importância da consciência do voto. Claro, a cada dia o brasileiro fica mais descrente com a política e faz desdém dessa necessidade de primeira hora: debater o futuro analisando o presente. Não podemos, eu e você que agora lê essas linhas, se deixar conduzir pelo senso comum de que tudo está perdido. Um novo projeto pode surgir dessas cinzas, basta soprar o que resta de brasas. O início desse sopro benfazejo é banir a velha política assistencialista, corrupta, imoral de nossas cidades, Estado e país.


É um interesse comum. Depois, não há como choramingar um erro. Foi a escolha e o poder dela.

José Batista Neto

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