Abençoada canalhice, preciosa para quem a pratica, mais preciosa ainda para os que dela se servem como assunto invariável; há quem não compreenda que um ato administrativo seja isento de lucro pessoal.
(RAMOS, Graciliano)
Um assunto que tem me ocupado ultimamente é a corrupção em prefeituras municipais. É impressionante como a gente se movimenta pelas corrupções macros e esquecemos das micros: é por isso que não raro vemos prefeitos sendo condenados por vários crimes e o povo da cidade se juntando para criticar o governo federal.
O lamentável é que existe um padrão da corrupção em prefeituras, onde o prefeito, ao invés de trabalhar exclusivamente para o melhoramento da cidade, tão somente favorece aqueles que colaboraram com suas campanhas ou para privilegiar alguns comerciantes “amigos” em detrimento de outros. Assim, boa parte do orçamento do município é orientada em proveito do restrito grupo que assume o poder e passa a se beneficiar dos recursos públicos da cidade.
E a coisa pode ficar pior: esses prefeitos conseguem sempre amplo apoio de muitos no município que, a despeito de todas as denúncias e condenações, ainda aprovam o retorno ou permanência do político larápio.
Eu estou com vários municípios aqui em mente que poderia citar como exemplo, mas lhes apresento um da Bahia: Riachão do Jacuípe (vide no Google Maps).
Nesse município existe um ex-prefeito chamado Lauro Falcão Carneiro, conhecido Laurinho. Pois bem, você digita esse nome no Google e toma um susto:
Tem denúncia e condenação pra tudo o que é gosto: Superfaturamento, não comprovação de aplicação de recursos no Fundeb, dispensas de licitações e contratos indevidos no Feirão de animais etc. Mas e aí? Ele tá fora da vida pública? Veja, com seus olhos, a resposta:
O que faz uma sociedade, em pleno século XXI, cheia de informações à disposição, eleger gente assim? Penso que isso seja culpa tão somente de uma chamada Cultura da Improbidade. Cultura essa que, fomentada por anos e anos, sempre retratou a imagem do nosso povo brasileiro: dormindo, tão distraído, sem perceber que era subtraído em tenebrosas transações - como cantava Chico Buarque.
É triste!
Eu aposto que você que está me lendo tem uma história de algum prefeito corrupto aí na sua cidade. Pode contar nos comentários? O Brasil precisa conhecer essas histórias tenebrosas em suas prefeituras!
Por fim: para que o Estado Democrático de Direito sobreviva, é urgente que a moralidade e a probidade administrativa sejam impostas e os atos que atentem contra a boa Administração Pública sejam extirpados de nosso meio, excluindo, em definitivo, os gestores inabilitados moral e eticamente para o exercício das funções públicas.
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