sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

Jovem bezerrense é destaque na cultura de abonos

Descreve o Wikipédia que o Aboio é um canto típico do Nordeste brasileiro, comum também no interior de Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul . Consiste em um canto sem palavras cantado pelos vaqueiros quando conduzem o gado pelas pastagens ou para o curral. O aboio em versosé uma modalidade de aboio que consiste em versos de temas agropastoris, de origem moura, trazidos pelos escravos portugueses da Ilha da Madeira. Pois bem, uma cultura que retrata as raízes nordestinas, bem lembrada numa música do Luiz Gonzaga “A morte do Vaqueiro”.

Em tempos da ‘cultura’ de músicas de ostentação, onde o apelo sexual é uma constante nas letras apelativas, é de se espantar que um rapaz de apenas 17 anos passe a ser amante e disseminador da cultura do aboio em Bezerros e região. A apresentação é dispensada, porque dificilmente um bezerrense já não tenha ouvido falar do Matheus Aboiador, que por onde anda tem dado uma palinha daquilo que ele mais gosta de fazer, que é recitar seus versos com o típico canto nordestino, o aboio.

Matheus Aboiador

Multidão ouve os aboios durante festa junina de Serra Negra, em Bezerros.

José Mateus da Silva Monteiro, 17 anos, é estudante da  Escola Eurico Queiroz, onde cursa o 1º ano do ensino médio. Mora no bairro do Cruzeiro com a sua avó, juntamente com um dos três irmãos. Ele nos revela que, mesmo com uma vida urbana, com apenas oito (8 ) anos de idade começou a montar a cavalo e a ouvir músicas de vaquejadas e aboios, graças as visitas que fazia a um amigo na zona rual. “Então eu disse a mim mesmo que queria cantar também, porque achava muito bonito e era o que realmente eu gostava de verdade. Deus me deu inspiração e vir que esse era o meu dom verdadeiro que é cantar e fazer versos”, revela. Matheus informa que o seu sonho é ser cantor de uma banda de forró  e que se inspira muito no cantor Buscapé, que canta forró de vaquejada. “Outro que é meu ídolo incondicional é Cara veia. Eu sempre queria cantar igual a eles devido as suas vozes e a multidão que eles levantavam”.

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A paixão pela montaria à cavalo e as músicas de raízes despertaram a paixão pela cultura aos oito anos de idade

E toda essa referência deve-se a um sonho do rapaz: tornar-se  cantor de uma banda de forró, daquelas que canta vaquejada, onde os aboios também se faz  presente. E o Matheus já gravou até o seu meu primeiro CD e aguarda uma oportunidade por parte de algum empresário do setor, que possa investir em sua carreira.  Perguntado pela reportagem se o estilo já virou motivo de chacota dos amigos, Matheus não ‘arrodeia’: “já sofri por essa mocidade de hoje que não a conhece o gênero da música, mas posso dizer que muitos ficam impressionados pelo o que eu faço, como eu consigo fazer isso que é o repente”, explica.  Por outro lado, diz o aboiador, os versos atraem a atenção da meninas. “Sou muito adorado por elas e quando canto muitas ‘boysinhas’ aparecem dando em cima de mim”, diz em tom galanteador.  Mas no final, sem medo de errar na estatística, diz que 96% acabam curtindo as suas apresentações, que se dá em momentos até inusitados, como bloco de carnaval fora de época.  “Em todas festas sempre tenho amigos cantores que me dão uma força, deixam eu fazer participações, e sempre falam no meu nome. É o famoso alô! Canto nos blocos, no meio da galera, trios e nas festas junina de Serra Negra, onde após as participações os turistas querem tirar fotos comigo”, comemora.

Mas nem tudo é alegria na vida do Matheus. Ele nos revela que um problema sério de saúde (rins) acaba dificultando um pouco a sua vida, seja no campo dos estudos seja na sua vida artística. “Mas vou terminar o ensino médio e seguir a minha carreira mesmo com as dificuldades que vir pela a frente e nunca desistirei de cantar”, promete.

Bezerros Hoje

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