segunda-feira, 16 de março de 2015

Questão de Opinião – Outra vez, PE 103

O drama da PE 103 se arrasta no tempo e espaço. Lá se vão quase um ano em que a ordem de serviço para obra foi assinada pelo então governador Eduardo Campos, morto em 2014. A obra mal foi iniciada e sofreu a interrupção que traria o caos estabelecido na estrada. Partes que foram quebradas ficaram com uma insignificante camada de aslfato e os buracos vieram. E com eles, os prejuízos para motoristas, motoqueiros, empresários e cidades. Em alguns trechos, a situação é tão tosca que não existe mais pista e sim um conglomerado de buracos na camada de barro.
O Departamento de Estradas e Rodagens de Pernambuco, DER-PE, vez ou outra lança mão de um paliativo. Tapa buracos. Uma mistura de asfalto frio que pouco tempo preenche a cratera. Já tem gente até ganhando uma ‘graninha’ com o estado da pista: tapando os buracos com pás de barro ou areia na esperança que o motorista lance um trocado. Cidades turísticas a exemplo de Bonito registram quedas significativas na taxa de turistas e os empresários do setor amargam prejuízos. É a novela que não chega ao final, num angustiante dramalhão em que só o a parte mais fraca, o “mocinho” denominado povo sai perdendo, reféns de uma estrutura burocrática e falta de planejamento.
O drama não afeta apenas o turismo. Empresas localizadas às margens da rodovia reclamam prejuízos. Bares conhecidos de Camocim de São Félix, no Agreste, tomam nota semanalmente da queda de clientes vindos de outras cidades. Se a situação dos municípios pequenos já não é fácil, imagine o leitor cidades que são lembradas não mais por seus atrativos, mas por estarem ligadas pelo resto de rodovia que se configura a decadente PE 103.
O que chama atenção é a inércia dos prefeitos das 5 cidades que dependem dessa estrada: Sairé, Camocim de São Félix, São Joaquim do Monte, Barra de Guabiraba e Bonito. O mínimo que deveria ser feito era uma parceria entre as prefeituras para fazer pressão junto ao Governo de Pernambuco. Nem sinal. Até soa que os gestores desconhecem a pista ou, quem sabe, estão preocupados demais com supérfluos e esquecem as prioridades. Seria levar o sofrimento do povo para a instância que deve inverter este quadro desastroso, de uma das rodovias que atualmente padecem de um descaso sem precedentes.
As respostas emitidas pelo DER apontam para possíveis esperanças. Que seja um sim o quanto antes e não no principiar do inverno. É só um pouco de bom senso, um irrisório retorno da alta carga de impostos. Ao menos isso.
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*José Batista Neto – é Bacharel em Direito pela Faculdade Asces, graduando de Jornalismo no Unifavip DeVry Caruaru.

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